— 20 de março de 2024
Apresentamos nossas 3 peças criadas em conjunto com o artista Ayrson Heráclito que integram a exposição Arte na Moda: MASP Renner no MASP. A criação dessas peças foram possíveis a partir de muitos encontros, aulas com trocas de saberes e uma pesquisa profunda somada ao trabalho da equipe do atelier Handred. LEIA MAIS

 

Alaka Ossun
O Pano da Costa ou Pano de Cuia serve de referência para a criação do traje Alaká Osùn. A técnica do tear manual para a execução do tecido conecta tradições africanas com o candomblé. É signo de distinção hierárquica e de identificação dos orixás através das suas cores.


A estrutura da peça é organizada por tiras entrelaçadas de painel de palha de seda. A cor branca homenageia as divindades primordiais da cosmogonia yorubana conhecidas como Funfun.

O vermelho que aparece em todas extremidades das tiras do trançado, refere-se ao pó Osùn, elemento utilizado em rituais quando a cabeça ou ori do iniciado deve estar livre de infortúnio para receber o poder espiritual do axé.



Barrueco
O conceito é uma justaposição de três sentidos constitutivos do que compreendemos como: Afro-Barroco.

O look engendra noções míticas, estilísticas e estéticas do complexo cultural afro-brasileiro. A utilização das pérolas de formação defeituosas (pérolas imperfeitas) deriva o vocábulo Barrueco – Barroco;

A utilização da palha da costa e da palha de seda alvejada remete ao azê: roupa de palha, característica da divindade Omolu ou Obaluaê deidade da doença e da cura; e o coração laranja faz referência à uma bomba orgânica de dendê, que irriga com fluido vital o corpo cultural afro diaspórico.

 

Efun Wáji
Materiais de origem Yorubana, utilizados no candomblé, servem de inspiração para a criação do look: O Efun, que é o giz branco e o Wáji, que é um pó azul, são utilizados em rituais de iniciação e presentes nos assentamentos dentro dos Igba Orixá.

A peça celebra o renascimento do ser, através da utilização da cor branca e seu poder de purificação, assim como o poder de limpeza espiritual do azul Wáji. A roupa traduz a especialidade do vestir em ocasião solene através de hibridações entre elementos das dinastias africanas com o traje de cerimônias ocidentais.

As pequenas cabaças que acompanham a peça remetem aos receptáculos africanos que guardam os segredos das matérias mágicas. Assim como as sobre-golas de palha e miçangas azuis, aos adornos corporais africanos.

Contamos com a participação especial da artista e amiga de Ayrson Nádia Taquary para a artesania da gola de miçangas e das cabaças bordadas.

 

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Venha ver de perto no museu MASP
22.3 — 9.6.2024 
QUA—DOM 10h às 18h | TER 10h às 20h | SEG fechado