Semana da Bossa Nova
Data marcante para a música brasileira, 25 de janeiro é o Dia Nacional da Bossa, dia de relembrar e celebrar o nascimento do maestro Antônio Carlos Jobim, o icônico Tom. Sinônimo da nossa cultura, o movimento despontou no fim da década de 1950 através da influência do jazz norte-americano e, sobretudo, do samba carioca, em toda uma nova geração de jovens músicos brasileiros - cariocas e baianos, em especial.
O termo "Bossa" foi utilizado pela primeira vez em canção composta pelo sambista Noel Rosa, Coisas Nossas, na década de 1930. Noel canta: "O samba, a prontidão e outras bossas, são coisas nossas". Apesar de sua massiva presença e rápida disseminação pelas classes média e alta do Rio de Janeiro, tendo como expoentes nomes incontornáveis como o de Vinícius de Moraes e Tom Jobim à frente do movimento, a Bossa Nova também construiu-se país adentro, alimentada pela rica e vasta colaboração de figuras como João Gilberto, o genial baiano de "uma nota só".
Considerado o "pai" da peculiar cadência musical que tanto expressa a essência da bossa nova- o violão e a voz mínimas, o compasso lento, ritmo e sofisticação únicos - Gilberto nasceu em Juazeiro, Sertão da Bahia. Alaíde Costa, por exemplo, na foto com João Gilberto, foi uma prolífica e fundamental figura do movimento. Nascida no Méier, bairro do subúrbio carioca, Alaíde é uma das figuras femininas que, historicamente, foi relegada a um injusto - e hoje corrigido, diga-se de passagem! - apagamento por parte das narrativas históricas hegemônicas, assim como tantas outras figuras não pertencentes ao eixo financeira e socialmente privilegiado do movimento.
João Gilberto conheceu Alaíde durante uma gravação realizada no tradicional estúdio Odeon, quando a voz de Costa chamou a atenção de Gilberto, que pediu que a convidassem para uma reunião de jovens músicos do movimento que então se desenhava, reconhecendo, no estilo e no canto de Alaíde a sofisticação máxima, típica da Bossa Nova, que ali então nascia.
