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Em nossa viagem de pesquisa pelo rio Paraguaçu reconhecemos lugares antes visitados através da literatura. Tratando-se de Bahia, esse local cheio de encantamentos, as histórias coexistem em diferentes tempos e territórios. Nossa ligação com esse estado brasileiro se dá também através dessas histórias que se relacionam de diversas formas.
SALVAR O FOGO, DE ITAMAR VIEIRA JR - EDITORA TODAVIA
O livro se passa na mesma região do Recôncavo Baiano, nas margens do Paraguaçu.
Moisés vive com o pai, Mundinho, e sua irmã, Luzia, em Tapera do Paraguaçu, povoado rural na Bahia. Os outros irmãos foram embora. Tapera é uma comunidade de agricultores, pescadores e ceramistas de origens afro-indígena que vive ao mando da igreja (dona de um mosteiro construído no século XVII). Órfão de mãe, Moisés encontra afeto com Luzia — estigmatizada por seus supostos poderes sobrenaturais. Diligente lavadeira do mosteiro, Luzia o educa com rigidez. Ela ainda alimenta a esperança de reunir a família novamente. Anos depois um grave acontecimento pode ser a oportunidade para isso, e este reencontro promete deixar de lado décadas de segredos e sofrimentos.
Sobre o autor: vencedor dos prêmios Leya, Oceanos e Jabuti, Itamar Vieira Junior nasceu em Salvador, na Bahia, em 1979. É geógrafo e doutor em estudos étnicos e africanos pela UFBA. Seu romance TORTO ARADO é um dos maiores sucessos — de público e crítica — da literatura brasileira das últimas décadas, tendo sido traduzido em mais de vinte países.
MAR MORTO, DE JORGE AMADO - EDITORA COMPANHIA DAS LETRAS
Escrito em 1936, quando o autor tinha apenas 24 anos, Mar morto conta as histórias da beira do cais da Bahia. Nenhum outro livro sintetizou tão bem o mundo pulsante do cais de Salvador, com a rica mitologia que gira em torno de Iemanjá, a rainha do mar.
Sobre o autor: Nasceu em 1912, em Itabuna, na Bahia. Passou a infância em ilhéus, onde viveu experiências que marcariam sua literatura: a vida no mar, o universo da cultura do cacau e as disputas por terra. Começou a escrever profissionalmente como repórter aos catorze anos, na década de 1930 estudou direito no Rio de Janeiro e travou contato com artistas e intelectuais de esquerda, como Rachel de Queiroz, Gilberto Freyre, Graciliano Ramos E Vinicius de Moraes. Durante o Estado Novo (1937-45), devido à sua intensa militância política, sofreu censuras e perseguições. A partir dos anos 50 sua literatura passou a dar mais relevo ao humor, à sensualidade, à miscigenação e ao sincretismo religioso, em livros como Gabriela, cravo e canela (1958), Tenda dos Milagres (1969), Tieta do Agreste (1977). Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1961, e ganhou prêmios importantes da literatura em língua portuguesa, como o Camões e o Jabuti. Sua obra está publicada em mais de cinquenta países e foi adaptada com sucesso para o rádio, o cinema, a televisão e o teatro, transformando seus personagens em parte indissociável da vida brasileira. Jorge Amado morreu em 2001, alguns dias antes de completar 89 anos.
UM DEFEITO DE COR, DE ANA MARIA GONÇALVES - EDITORA RECORD
Vencedor do Prêmio Casa de las Américas e incluído na lista da Folha de S.Paulo como o sétimo entre 200 livros mais importantes para entender o Brasil em seus 200 anos de independência, Um defeito de cor conta a saga de Kehinde, mulher negra que, aos oito anos, é sequestrada no Reino do Daomé e trazida para ser escravizada na Ilha de Itaparica, na Bahia.
No livro, Kehinde narra em detalhes a sua captura, a vida como escravizada, os seus amores, as desilusões, os sofrimentos, as viagens em busca de um de seus filhos e de sua religiosidade. A personagem foi inspirada em Luísa Mahin, que teria sido mãe do poeta Luís Gama e participado da célebre Revolta dos Malês, movimento liderado por escravizados muçulmanos a favor da Abolição.
Sobre a autora: Ana Maria Gonçalves nasceu em 1970, em Minas Gerais, onde começou a escrever contos e poemas desde a adolescência. Em 2002, abandonou a profissão de publicitária para morar em Itaparica e escrever seu primeiro livro, Ao lado e à margem do que sentes por mim, que já foi um sucesso.
Trabalhou durante 5 anos para escrever seu segundo romance, Um defeito de cor, dos quais a autora utilizou dois anos para uma pesquisa rigorosa, um ano para escrita e mais dois anos para reescrita. A obra conquistou prêmios e foi considerada por Millôr Fernandes o livro mais importante da literatura brasileira do século XXI.
Em dezembro de 2016, Ana Maria Gonçalves se tornou colunista de assuntos raciais, culturais e políticos do jornal The Intercept Brasil.